Práticas de Numeramento na EJA

 



Apropriação de práticas de numeramento na EJA: valores e discursos em disputa

 Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca

Fernanda Maurício Simões

Resumo: Este artigo contempla questões da apropriação de práticas de numeramento no contexto escolar por estudantes jovens e adultos da educação básica. Consideramos essas práticas sociais que envolvem ideias, critérios e representações matemáticas como práticas de letramento, constituídas por modos de uso da língua escrita e informadas pelas relações que estabelecem com valores e conhecimentos relativos à cultura letrada. No âmbito do estudo aqui apresentado, analisamos as posições discursivas assumidas pelos sujeitos em interações em sala de aula ocorridas durante a correção de uma atividade de matemática em que se solicitava que os alunos indicassem a ordem de grandeza de alguns objetos e a expressão das medidas aproximadas no sistema métrico decimal. Enquanto a proposta escolar requeria a produção de estimativas em detrimento da referência em situações específicas, os estudantes produziram respostas que se apoiam em situações contextuais e buscam a precisão. A análise sugere que os processos de apropriação das práticas de numeramento escolares não se restringem a uma dimensão técnica, estando relacionados às maneiras de os sujeitos se apropriarem dos valores a elas vinculados. No jogo discursivo escolar, alunos e alunas assumem posições diversas, que ora se solidarizam com os modos de conhecer escolares, ora os questionam, colocando-se como sujeitos de aprendizagem, nos diversos modos de conhecer e se relacionar com o mundo.

Disponível em https://www.scielo.br/j/ep/a/cH9SS44HhrjR5QYvFX3bKQG/?format=pdf&lang=pt


Vídeo: A escola e as possibilidades educativas para o ensino e a aprendizagem da Matemática

Disponível em https://youtu.be/K6lPuLBxTl8


Comentários

  1. Concordo com o autor quando ele faz essa relação entre os saberes matemáticos e as relações sociais que se estabelecem a partir desses saberes. O quanto é importante esse domínio uma vez que estamos num mundo onde os argumentos quantitativos são realidades no dia a dia. É a nossa forma de estar ativo numa sociedade em que as práticas sociais envolve essa forma de expressão. O autor chama de práticas de numeramento. (pag.3)

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